sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Prevenção Rodoviária e Telemóveis

"Uma das questões mais significativas em estudo é a possibilidade de proibir os condutores de falarem ao telemóvel, mesmo usando um auricular.
José Trigoso, da Prevenção Rodoviária Portuguesa, defende que os estudos realizados não indicam que a utilização de kits mãos livres para falar ao telemóvel enquanto se conduz torne a operação mais segura..."

A meu ver, isto é uma perfeita idiotice!

1º Um auricular não é a mesma coisa que um kit de mãos livres. O fio que liga ao telefone pode ficar preso e distrair o condutor; o volume de som dum auricular não tem nada a ver com o kit mãos livres, obrigando a uma maior concentração: Enfim… Podem haver várias situações em que o uso do auricular, apesar de mais seguro do que segurar o telemóvel encostado ao ouvido, “inutilizando”, assim, uma das mãos, continua a ser menos seguro do que o kit mãos livres.

2º Por alguma razão as marcas de topo, normal e justamente consideradas das mais seguras, propõem, frequentemente como equipamento de série, o kit de mãos livres nas suas viaturas.

3º Tendo esta proposta idiota em consideração, talvez queiram, também, considerar a possibilidade do condutor ter que se deslocar sozinho na sua viatura, uma vez que falar parece ser razão primordial para a falta de atenção de quem vai ao volante e, se o banco do passageiro for ocupado, a condição humana leva a que duas pessoas comuniquem verbalmente.

A este propósito, que dizer se o pendura for uma miúda, senhora ou gaja toda boa, com umas pernas a pedirem uns mimos? Lá vai a mão direita sair do volante e lá se vai, definitivamente, a concentração do condutor…

Será que o senhor Trigoso anda de carro? Será que tem filhos, sentados no banco de trás, aos gritos enquanto brincam e dão cabo da cabeça a quem conduz?

Será que o cantante a debitar decibéis audíveis a centenas de metros de distância e que fazem o condutor ir a cantar, tipo anúncio do Renault Clio, não retiram, igualmente, concentração ao condutor?

A questão da sinistralidade rodoviária em Portugal passa, não pela perda de concentração por causa dos telemóveis, mas pela falta de civismo generalizada do comum condutor nacional, aliada a estradas mal concebidas e repletas de armadilhas, aliadas, ainda, a uma péssima preparação dos condutores.

Passa pela cabeça de alguém ter aulas de condução num BMW, num Seat Leon ou num Smart com caixa sequencial?

É normal ver um instrutor, com idade mais do suficiente para estar reformado, a fazer um esforço descomunal para não adormecer enquanto o aspirante a condutor vai tentando arrancar, com o carro aos soluços, entre o trânsito?

Lembrem-se, os senhores legisladores, que noutros países europeus também existem restrições e regras muito claras para quem circula na estrada, o que não impede, por exemplo, a existência de auto-estradas sem limite de velocidade máxima, onde o infractor é o palhaço – que pode, aliás, ser alvo de denuncia por parte de outros condutores – que circula na faixa de ultrapassagem ou na faixa do meio a velocidades estonteantemente lentas, pondo, assim, em perigo a demais circulação.

Deixem-se de balelas, estudem a legislação rodoviária de países civilizados e apliquem o que for legitimamente adequado às nossas estradas!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Medidas de Passos Coelho contra a crise

Antes de mais nada e para que não me esqueça… O texto que segue está, segura e orgulhosamente, cheio de erros porque não foi sujeito à imbecilidade do novo acordo ortográfico.

Sobre o estado cá do burgo, algumas notas soltas que, devidamente entrelaçadas, levam à bosta em que nos vemos, actualmente, envolvidos…

Na proposta de orçamento, ontem anunciada pelo primeiro-ministro, existem produtos, actualmente tributados a 13 por cento, que vão passar para seis por cento. Quer isto dizer que nem tudo são más notícias para a populaça.

Encontram-se, neste grupo, os óleos alimentares e as margarinas de origem animal e vegetal, ou seja, aqueles produtos que, hoje em dia e à custa de tanta publicidade sobre os fritos, o colesterol e a gordura a mais, a populaça mais evita consumir.

Ou seja, estamos perante uma excelente medida que leva felicidade a muitos lares portugueses…

Contudo, o primeiro-ministro não referiu que, segundo a proposta preliminar do orçamento, também há produtos, actualmente englobados na taxa reduzida do IVA, que vão passar taxados pelo coeficiente máximo.

Entre esses produtos estão bens que qualquer pai ou mãe consideram indispensáveis para o crescimento das crias dos agregados familiares, como leites achocolatados, aromatizados, vitaminados ou enriquecidos, as bebidas e sobremesas lácteas ou a batata e inúmeros derivados da mesma, como o puré.

Os refrigerantes, sumos e néctares de frutos ou de produtos hortícolas, incluindo os xaropes de sumos, as bebidas concentradas de sumos e os produtos concentrados de sumos, onde se incluem uma série de bebidas – que não a coca-cola – tão do agrado dos mais pequenos, também deverão passar de uma taxa de seis por cento para 23 por cento.

Ou seja, o governo deve querer criar mais postos de trabalho para nutricionistas e dietistas, obrigando a populaça a dar merdas baratuchas importadas da China ao agregado familiar mais jovem.

Diz Passos Coelho que o esforço adicional é pedido a todos os cidadãos e que, por isso, os pacóvios que trabalham no estado vão levar com a eliminação – ou redução se o vencimento for inferior a 1.000 euros – dos subsídios de férias e Natal, enquanto que os senhores do sector privado levam com o sacrifício de ter que trabalhar mais meia hora por dia.

Chamo a atenção que isto é o que se lê e o que se ouve desde o discurso do primeiro-ministro e que pode, muito bem, ser alvo de novas leituras e interpretações, mas se for realmente o caso, desculpem lá qualquer coisinha e o meu feitio soviético mas não há ética nacional.

Ou comemos todos da mesma malga ou há, realmente, qualquer coisa de muito podre neste reinado…

Depois vem a história dos feriados…

Um gajo leva com a bordoada da redução do salário, eliminação dos subsídios, aumento dos impostos e do custo de vida e, para ajudar à festa, ainda lhe retiram a possibilidade de desfrutar mais 24 ou 48 horas de calma e relax, sem pensar nas merdas do dia-a-dia e só preocupado com a temperatura fresquinha das Mines.

Outras limitações, como as deduções fiscais do IRS, e outras aberrações que nos serão impostas ficam para outra oportunidade porque este texto já vai algo longo.

O actual primeiro-ministro diz que nunca nos devíamos ter permitido chegar a este ponto. Errado! Muito errado!

Nunca devíamos, sequer, ter chegado nem a um décimo deste ponto, isso sim, mas com a política e as politiquices deste país, desde há muitos anos a esta parte, não houve autoridade nem coragem para pôr um travão nas derrapagens provocadas por tantas más gestões passadas.

Há já quem defenda que os portugueses devem dizer basta recorrendo á desobediência civil e que as novas medidas de austeridade devem levar à criação de uma nova constituição…

Os endemoninhados de defendem esta tese deviam, isso sim, olhar para o exemplo da Grécia e ajudar o povinho tuga a perceber a dimensão da tragédia que se avizinha se a populaça continuar com umas palas em ambos os lados dos olhos que não lhes permitem ver um pouco mais além…

No que me diz respeito, não se trata de defender as medidas que nos são impostas ou, inclusive, de aceitá-las de bom grado. Nada disso e a minha revolta é grande e estou profundamente fecundado e preocupado com o futuro que aí vem.

No entanto, e já que não temos outra saída, convém lembrar – e os tais demoníacos de que falava há pouco são carolas que podem influenciar e moldar a mente do tugasinho – que quem nos está a emprestar dinheiro já aprendeu com os erros da situação grega e que, no que toca a Portugal, as hipóteses de termos tantas oportunidades como as que foram dadas à Grécia são muito reduzidas.

Quero com isto dizer que, quem acha que as greves, a desobediência civil e os potenciais tumultos vão ajudar a resolver a grave situação em que vivemos está profundamente enganado, como podem bem atestar os gregos que, depois de não sei quantas greves gerais, só viram a sua situação piorar ainda mais com o país à beira duma real bancarrota.

Agora, vou ali à sopinha por um euro, que faz bem à barriga e à carteira, enquanto medito sobre a melhor maneira de pagar aquelas contas – tipo seguro automóvel e afins – para as quais sempre contei com os desaparecidos subsídios…

terça-feira, 21 de junho de 2011

A primeira derrota de Pedro Passos Coelho

A aparente inexperiência de Pedro Passos Coelho valeu-lhe a primeira derrota, desde a vitória nas passadas eleições de cinco de Junho, ainda antes de tomar posse como primeiro-ministro.

Digo aparente, porque o primeiro-ministro indigitado não é nenhum novato nestas coisas da política e admira-me muito como é que caiu na esparrela de propor Fernando Nobre para Presidente da Assembleia da República sabendo, de antemão, que era um nome que não reunia consenso e que até mesmo o parceiro de coligação governamental se opunha a tal eleição.

Qualquer cidadão comum, com dois dedos de testa e minimamente atento ao que se passa à sua volta, percebia, desde logo, que Fernando Nobre nunca chegaria ao cargo para que era proposto, uma vez que aquele ar de pãozinho sem sal não consegue convencer ninguém.

Nobre pode perceber muito de assistências médicas internacionais mas deixa muito a desejar na política, como já tinha ficado demonstrado aquando da sua derrota nas eleições para a Presidência da República.

Além do mau estar que, claramente, se instalou – pelo menos momentaneamente – no seio parlamentar do PSD, com os partidos da oposição a tentarem tirar dividendos da situação, Passos Coelho deve ter percebido que não se pode deixar desleixar porque tem um parceiro de coligação que pode vir a ser – e espera-se que assim o seja – um osso duro de roer.

Neste pequeno episódio, porventura de menor importância face ao que está para vir, Paulo Portas ficou na mó de cima, ao demonstrar, claramente, que o PSD depende dos votos da bancada do CDS para conseguir levar avante seja o que for que pretenda ver aprovado no parlamento.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Pais?

A notícia que abriu os telejornais, a dar conta da tal filha da puta que foi filmada a encher de porrada as crianças que tinha à sua guarda, deixou-me, tal como a muita outra populaça, enojado e com vontade de pagar à dita com a mesma moeda.

Verdade seja dita, também a atitude estúpida e nefasta dos “papás” das crianças me deixou perplexo e sedento de enfiar um bom par de estaladas na cara de cada um deles.

Como pai, não consigo entender como é que estas criaturas deixam as suas crias à guarda duma mulher que, logo à priori, admite estar ilegal perante a lei, ao receber mais dez (!) crianças para além do que está estipulado.

E não acredito que não soubessem, já que, na reportagem exibida pela SIC, essa confissão é a primeira coisa que a dita diz aos repórteres que se fizeram passar por pais.

Como pai, e por muitas voltas que dê à moleirinha, não consigo entender como é que aquelas criaturas não suspeitaram de que alguma coisa estaria mal quando, há um mês ou dois atrás, as autoridades competentes fecharam o outro local onde a dita exercia a ilegalidade, forçando-a, e às pequenas crias, a mudar de poiso.

Podem, os mais renitentes ou permissivos, argumentar a questão financeira mas, pelo que se viu na reportagem, aqueles pais não tinham nada pinta de serem sem abrigo e dormirem debaixo duma ponte. Bem pelo contrário e, folgo em dize-lo com toda a certeza, existem soluções legais, e bem mais apetrechadas, pelos mesmos 250 euros – ou pouco mais – que a dita ama cobra mensalmente.

Quando deixo as crias na escola, ou as vou buscar, percebo que há felicidade, alegria e meios para receber as crianças e dar-lhes o necessário para que se sintam bem.

Ainda hoje, quando deixamos a cria mais pequena, outras haviam que estavam no recreio, aos pulos e numa impressionante correria, em vez de estarem deitadas ao monte, feitos múmias, durante mais de meia hora, como ontem se viu na tal reportagem da SIC.

Até mesmo as crias mais pequenas são incentivadas a dar largas à vida e deixadas a gatinhar e a rebolar pelo chão levadas pela curiosidade de agarrar novos objectos espalhados pela sala.

Por muito que me queiram fazer ver o contrário, tenho a certeza que qualquer pai percebe, pelo comportamento caseiro dos filhos, se a criança é feliz e bem tratada no local onde passa a maior parte do seu dia.

Diziam estes “pais” que a vaca – que, aliás, tem como empregada uma gaja que, pelo menos perante as câmaras, não quis falar português e disse que só falava inglês – é como uma avó para as pequenas crias e que as trata muito bem.

À hora da reportagem, estes pais, apanhados – ou talvez não – de surpresa, ainda não teriam tido a oportunidade de ver as imagens recolhidas pela câmara dum vizinho da “avozinha”.

Após a visualização do vídeo, espera-se que estes “pais” tenham a decência de assumir o erro das suas declarações, que se sintam verdadeiramente mal ao verem aquela criança a ser repetidamente esbofeteada e que metam a mão na consciência, de modo a pensarem duas vezes antes de atirarem com as suas crianças para braços desconhecidos ou, no mínimo, com fracas referências.

Espera-se que se comportem como verdadeiros pais e que, sem excepções, atirem com a velhaca para a barra do tribunal, onde se espera, ainda que isso já seja mais difícil, haja um juiz com a coragem e determinação necessárias para aplicar uma pena forte à dita “ama”.

Muito mal vai a nossa sociedade se tal não vier a acontecer…

quinta-feira, 19 de maio de 2011

As férias da senhora Merkel

É mais uma prova de que o pequeno burgo é tudo menos um país soberano e dono do seu nariz.

Desta feita, veio a chanceler alemã, Angela Merkel, declarar que alguns países europeus, entre os quais Portugal, têm, quando comparados com a Alemanha, mais dias de férias e que se impõe uma uniformização entre os estados europeus, exigindo, para o efeito, a redução das férias e o aumento da idade da reforma em Portugal.

As críticas, extensíveis à vizinha Espanha e à Grécia, levam a senhora a falar de esforço por parte das populaças dos países visados, uma vez que, segundo ela, esta coisa de ter a mesma moeda e uns terem mais dias de férias do que os outros não está a dar com nada.

Ora a senhora Merkel devia era olhar para o quanto o alemão da classe média ganha, quando comparado com o tuga, o grego ou mesmo o espanhol, para perceber que essa tanga da moeda única é uma história da carochinha e que qualquer cidadão cá do burgo preferiria ter um ordenado 4 ou 5 vezes mais alto do que aufere e ter menos dois dias de férias por ano.

Aliás, segundo dizem, essa coisa dos vinte dias na Alemanha também tem muito que se lhe diga, já que parece que não é bem assim e que muita da populaça consegue chegar aos trinta dias úteis de férias, graças a acordos colectivos conseguidos em inúmeras empresas publicas e privadas.

A populaça espera, da parte dos nossos (des)governantes, um murro na mesa – que pode muito bem ser seguido de vários outros na cabeça da senhora Merkel – e que mandem a visada meter o bedelho lá no país dela em vez de andar preocupada em como fecundar os menos afortunados!

O problema é que os nossos (des)governantes não têm os tomates no sitio para o fazer.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Povinho inconsciente

No seio da União Europeia têm-se ouvido várias vozes contra o Sr. Sócrates e o governo socialista, vozes que, como é sobejamente conhecido, chegaram a pôr em causa o empréstimo europeu ao nosso pequeno burgo.

As autoridades britânicas – e convém lembrar que a libra é uma moeda fortíssima que não faz parte do euro – deverão ser, ao que tudo indica, um parceiro a contra gosto no meio desta infeliz história, já que não estão na disposição de emprestar dinheiro bilateralmente ainda que, enquanto membro da UE, sejam obrigados a contribuir com uns cobres.

A Finlândia é outro país que já se mostrou nada satisfeito com esta treta de ter que andar a emprestar dinheiro a um país desgovernado como Portugal.

Um colunista alemão do Finantial Times chega mesmo a dizer que o Sr. Sócrates só se preocupa com o seu quintalzinho – palavra interessante para percebermos, convenientemente, o que o estrangeiro pensa do nosso país – e que não se pode gerir uma união económica com pessoas como o líder socialista à frente dos destinos dum qualquer país.

Ainda assim, o povinho bronco continua a achar que pode confiar os destinos do país ao Sr. Sócrates e não há maneira de vermos os números das sondagens a baixar para os lados socialistas.

Internamente, a democracia conquistada na abrilada dá à populaça a liberdade de se manifestar ruidosamente nas acções de rua e, como tanto se tem ouvido nestes últimos tempos, de chamar, com todas as letras, ladrão, incompetente e mentiroso, entre outros vocábulos afins, ao Sr. Sócrates.

Internamente, as vozes discordantes aparecem vindas da esquerda, da direita, das extremas de ambos os lados, do centro, de inúmeros sectores da sociedade, muitos deles sem qualquer tipo de conotação política, e do interior do próprio Partido Socialista.

Ainda assim, o povinho bronco continua a fazer ouvidos moucos e a achar que pode confiar os destinos do país ao Sr. Sócrates…

Conscientes de que as grandes decisões relativas ao pequeno burgo são tomadas além fronteiras e que os próprios governantes nacionais andam ao sabor do que lhes é imposto por terceiros com substancialmente mais poder, talvez a solução passe por fazer o sacrifício de vender o burgo mais um bocadinho e aceitar um governante designado por uma nova troika, desta vez mais política do que financeira, durante o tempo necessário para recuperar a nossa economia.

Depois, ou nos revoltamos e devolvemos a soberania ao país, deixando a UE mais aliviada, ou, em alternativa, aceitamos dar a nacionalidade a mais uma figura imigrante, cujos feitos, por essa altura, já deverão ser suficientes para ter conquistado a simpatia da populaça.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Petição pela Instauração de Monarquia Constitucional

Petição Petição pela Instauração de Monarquia Constitucional

A cartada do Sr. Sócrates

Dúvidas houvessem sobre a capacidade de intervenção oportunista do Sr. Sócrates, ontem ficaram devidamente esclarecidas com a declaração do primeiro-ministro demissionário cá do burgo.

Não me apraz faze-lo mas, como tantos outros cidadãos em desacordo com as políticas socialistas, tenho que dar a mão à palmatória e admitir que a criatura jogou uma cartada de mestre que, infelizmente e devido à memória curta da populaça, volta a fazer pender o prato da balança para os lados do PS, com os olhos postos nas eleições de cinco de Junho.

Sem dizer o que, verdadeiramente, vai afectar a populaça, sim porque não nos podemos iludir e temos que ter a consciência de que os tempos mais difíceis ainda estão para vir, o Sr. Sócrates atirou à cara dos portugueses precisamente aquilo que todos queriam ouvir.

A manutenção dos subsídios de férias e de Natal, a manutenção da segurança social e os cortes nos salários e pensões, ou seja, tudo o que, no fundo, era fonte de principal preocupação da populaça, foram os trunfos atirados para cima da mesa, deixando muita gente mais descansada e outros tantos – comentadores políticos e de economia – surpreendidos.

A regra é simples, sobejamente conhecida e baseia-se no principio do “afinal não foi assim tão mau como se esperava e como muitos andavam, por aí, a pintar a manta”.

Mal, a meu ver e para quem apregoa tanto querer chegar ao governo com maioria absoluta, esteve o principal partido da oposição que não soube esperar o tempo suficiente para estudar a melhor maneira de fazer frente às declarações de Sócrates.

Dois ou três minutos depois da intervenção do PM, o PSD quis marcar posição e, ingenuamente ou não (isso é lá com eles que devem saber o que estão a fazer), atirou com o Professor Eduardo Catroga para a frente das câmaras com uma conversa que não aqueceu nem arrefeceu.

Para alguns mais atentos e conhecedores da situação actual do país e mais à vontade com vocabulários como deficit, percentagens e outros afins, as declarações de Catroga até podem ter sido elucidativas.

No entanto, para a maioria dos portugueses que querem é saber dos tostões com que chegam ao fim do mês e para quem o PIB é uma palavra que lhas faz cócegas no ouvido, a resposta de Catroga não passou duma resposta sem conteúdo e, com todo o respeito que tenho pela personalidade, mais valia ter ficado calado em vez de gaguejar tanto, de tão nervoso que parecia estar.

Sócrates está, repito, infelizmente, na mó de cima. Cabe à populaça consciente cá do burgo fazer perceber àqueles que têm umas palas de cada um dos lados dos olhos que o país está na mó de baixo à custa da (des)governação socialista.

terça-feira, 19 de abril de 2011

O burgo vs os outros

O mundo está a passar por uma crise como nunca se viu e a União Europeia, conjunto de países ao qual Portugal pertence, está a sofrer, talvez mais do que outras zonas industrializadas do globo, os efeitos da dita cuja.

Como seria de esperar desde a adesão à moeda única, esta coisa de querer misturar economias como a alemã e a portuguesa na mesma panela tem os seus pontos negativos e os carolas da altura deviam ter pensado 50 vezes antes de se atirarem para uma realidade que, já na altura, não era a nossa, em vez de pensarem nos mundos e fundos que lhes foram prometidos e que, agora, estão a ser cobrados.

A ser cobrados, sim, porque desde a sua adesão ao euro o pequeno burgo já recebeu uma batelada de dinheiro, dividido por diversas ocasiões e muito dele a fundo perdido, para tornar o país mais competitivo e com uma economia mais forte e que se aproximasse mais da média europeia.

Agora, Portugal está a pagar a factura da infantilidade que foi a adesão repentina à moeda única e, na hora da dificuldade, os mais abonados questionam sobre os tais fundos de que Portugal beneficiou.

Fazem-no, digo eu, com razão e legitimidade, uma vez que já emprestaram para que o pequeno burgo pudesse sair de outras crises e, ao verem que, volta e meia, Portugal fica mergulhado numa profunda crise, com ou sem ajuda da conjectura internacional, percebem que foi dinheiro mal empregue.

Razão tinham, por exemplo, os britânicos quando, na altura, decidiram aderir à CEE sem nunca aderir ao Euro e sujeitar a força da Libra a uma mistura sem futuro com moedas como a Lira ou o Escudo.

Hoje, ainda que, inegavelmente, também estejam a sofrer os efeitos da crise, os ingleses continuam a ter condições sociais e salários acima da média europeia.

Razão têm os Finlandeses quando questionam o processo de resgate de Portugal, percebendo que estão a libertar dinheiro dos seus próprios recursos para “investir” numa economia fraca e destinada a ser sempre uma economia de terceira ou quarta categoria.

Mais razão têm os cidadãos deste país nórdico se nos lembrarmos que a Finlândia nem sempre foi o país próspero que conhecemos dos nossos dias e que, até aos finais da década de 40, era um país essencialmente agrário e atrasado no seu processo de industrialização, tendo, posteriormente e em poucos anos, conseguido tornar-se num dos países mais prósperos e estáveis do globo.

Conscientes de que outrora fomos grandes conquistadores e que, actualmente, não passamos de um simples protectorado, sem eira nem beira, da União Europeia, resta-nos, aos cidadãos comuns, viver um dia de cada vez e, sem grandes pretensões, tentar encontrar soluções quotidianas que nos permitam deixar algo melhor do que temos às gerações vindouras.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Greves

Se me perguntarem se gosto de trabalhar, responderei que não e que, indubitavelmente, preferia ter uma vidinha sossegada que me permitisse levar, sem stress, as crias ao colégio, ginasticar durante umas horas diárias, tratar de assuntos pessoais com a devida calma e, em dias como o de hoje, aproveitar uma tarde de praia.

Infelizmente, os euros não abundam e não tenho outro remédio senão levantar-me, todos os dias, de madrugada e levar uma vida agitada que me permita ver algum dinheiro ao fim do mês.

Em caso de falta, seja ela injustificada ou justificada sem direito a remuneração, o patronato não paga e, chegado o dia do ordenado, a surpresa é bem desagradável.

Se calhar estou errado mas quer-me parecer que os senhores da CP também não recebem pelos dias em que decidem, através dos diversos sindicatos que lhes justificam as faltas, fazer as malditas paralisações e, se for este o caso, o rombo nos ordenados – que, dizem eles, são miseráveis – deve ser uma coisa de bradar aos céus.

Pergunto-me, por conseguinte, como é que esta gentalha sobrevive ao fim do mês e se não pensam cinquenta vezes nas consequências financeiras antes de embarcarem nestas formas de luta.

Estando o país à beira da bancarrota, pergunto-me, também, se estes anormais não percebem que, apesar que terem o direito à greve e de, até o posso admitir, terem alguma que outra razão nas reivindicações que fazem, o facto de paralisarem uma empresa de transportes tem custos avultados para o burgo e para o comum cidadão que, ao contrário deles, precisa de trabalhar para sustentar uma família, não sendo esta a melhor forma de ajudar à recuperação individual de cada cidadão.

Na parte que me toca, gasto uma exorbitância monetária para adquirir dois passes que nos permitam deslocar entre casa e os locais de trabalho.

Acontece que, nos últimos meses, não há uma porra dum comboio que apareça a horas, à conta dos atrasos a populaça viaja mais apertada que sardinhas em lata e, se queremos o ordenado por inteiro, temos que levar o carro para Lisboa nos dias de greve e suportar mais uma despesa que não estava nos planos familiares.

Os cidadãos cá do burgo estão fartos do Sr. Sócrates mas também estão fartos desta bosta das greves e das dificuldades por elas provocadas, e se os anormais acham que é assim que ganham razão e que conseguem o apoio da populaça, estão plenamente enganados!