quarta-feira, 4 de maio de 2011

A cartada do Sr. Sócrates

Dúvidas houvessem sobre a capacidade de intervenção oportunista do Sr. Sócrates, ontem ficaram devidamente esclarecidas com a declaração do primeiro-ministro demissionário cá do burgo.

Não me apraz faze-lo mas, como tantos outros cidadãos em desacordo com as políticas socialistas, tenho que dar a mão à palmatória e admitir que a criatura jogou uma cartada de mestre que, infelizmente e devido à memória curta da populaça, volta a fazer pender o prato da balança para os lados do PS, com os olhos postos nas eleições de cinco de Junho.

Sem dizer o que, verdadeiramente, vai afectar a populaça, sim porque não nos podemos iludir e temos que ter a consciência de que os tempos mais difíceis ainda estão para vir, o Sr. Sócrates atirou à cara dos portugueses precisamente aquilo que todos queriam ouvir.

A manutenção dos subsídios de férias e de Natal, a manutenção da segurança social e os cortes nos salários e pensões, ou seja, tudo o que, no fundo, era fonte de principal preocupação da populaça, foram os trunfos atirados para cima da mesa, deixando muita gente mais descansada e outros tantos – comentadores políticos e de economia – surpreendidos.

A regra é simples, sobejamente conhecida e baseia-se no principio do “afinal não foi assim tão mau como se esperava e como muitos andavam, por aí, a pintar a manta”.

Mal, a meu ver e para quem apregoa tanto querer chegar ao governo com maioria absoluta, esteve o principal partido da oposição que não soube esperar o tempo suficiente para estudar a melhor maneira de fazer frente às declarações de Sócrates.

Dois ou três minutos depois da intervenção do PM, o PSD quis marcar posição e, ingenuamente ou não (isso é lá com eles que devem saber o que estão a fazer), atirou com o Professor Eduardo Catroga para a frente das câmaras com uma conversa que não aqueceu nem arrefeceu.

Para alguns mais atentos e conhecedores da situação actual do país e mais à vontade com vocabulários como deficit, percentagens e outros afins, as declarações de Catroga até podem ter sido elucidativas.

No entanto, para a maioria dos portugueses que querem é saber dos tostões com que chegam ao fim do mês e para quem o PIB é uma palavra que lhas faz cócegas no ouvido, a resposta de Catroga não passou duma resposta sem conteúdo e, com todo o respeito que tenho pela personalidade, mais valia ter ficado calado em vez de gaguejar tanto, de tão nervoso que parecia estar.

Sócrates está, repito, infelizmente, na mó de cima. Cabe à populaça consciente cá do burgo fazer perceber àqueles que têm umas palas de cada um dos lados dos olhos que o país está na mó de baixo à custa da (des)governação socialista.

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