terça-feira, 21 de junho de 2011

A primeira derrota de Pedro Passos Coelho

A aparente inexperiência de Pedro Passos Coelho valeu-lhe a primeira derrota, desde a vitória nas passadas eleições de cinco de Junho, ainda antes de tomar posse como primeiro-ministro.

Digo aparente, porque o primeiro-ministro indigitado não é nenhum novato nestas coisas da política e admira-me muito como é que caiu na esparrela de propor Fernando Nobre para Presidente da Assembleia da República sabendo, de antemão, que era um nome que não reunia consenso e que até mesmo o parceiro de coligação governamental se opunha a tal eleição.

Qualquer cidadão comum, com dois dedos de testa e minimamente atento ao que se passa à sua volta, percebia, desde logo, que Fernando Nobre nunca chegaria ao cargo para que era proposto, uma vez que aquele ar de pãozinho sem sal não consegue convencer ninguém.

Nobre pode perceber muito de assistências médicas internacionais mas deixa muito a desejar na política, como já tinha ficado demonstrado aquando da sua derrota nas eleições para a Presidência da República.

Além do mau estar que, claramente, se instalou – pelo menos momentaneamente – no seio parlamentar do PSD, com os partidos da oposição a tentarem tirar dividendos da situação, Passos Coelho deve ter percebido que não se pode deixar desleixar porque tem um parceiro de coligação que pode vir a ser – e espera-se que assim o seja – um osso duro de roer.

Neste pequeno episódio, porventura de menor importância face ao que está para vir, Paulo Portas ficou na mó de cima, ao demonstrar, claramente, que o PSD depende dos votos da bancada do CDS para conseguir levar avante seja o que for que pretenda ver aprovado no parlamento.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Pais?

A notícia que abriu os telejornais, a dar conta da tal filha da puta que foi filmada a encher de porrada as crianças que tinha à sua guarda, deixou-me, tal como a muita outra populaça, enojado e com vontade de pagar à dita com a mesma moeda.

Verdade seja dita, também a atitude estúpida e nefasta dos “papás” das crianças me deixou perplexo e sedento de enfiar um bom par de estaladas na cara de cada um deles.

Como pai, não consigo entender como é que estas criaturas deixam as suas crias à guarda duma mulher que, logo à priori, admite estar ilegal perante a lei, ao receber mais dez (!) crianças para além do que está estipulado.

E não acredito que não soubessem, já que, na reportagem exibida pela SIC, essa confissão é a primeira coisa que a dita diz aos repórteres que se fizeram passar por pais.

Como pai, e por muitas voltas que dê à moleirinha, não consigo entender como é que aquelas criaturas não suspeitaram de que alguma coisa estaria mal quando, há um mês ou dois atrás, as autoridades competentes fecharam o outro local onde a dita exercia a ilegalidade, forçando-a, e às pequenas crias, a mudar de poiso.

Podem, os mais renitentes ou permissivos, argumentar a questão financeira mas, pelo que se viu na reportagem, aqueles pais não tinham nada pinta de serem sem abrigo e dormirem debaixo duma ponte. Bem pelo contrário e, folgo em dize-lo com toda a certeza, existem soluções legais, e bem mais apetrechadas, pelos mesmos 250 euros – ou pouco mais – que a dita ama cobra mensalmente.

Quando deixo as crias na escola, ou as vou buscar, percebo que há felicidade, alegria e meios para receber as crianças e dar-lhes o necessário para que se sintam bem.

Ainda hoje, quando deixamos a cria mais pequena, outras haviam que estavam no recreio, aos pulos e numa impressionante correria, em vez de estarem deitadas ao monte, feitos múmias, durante mais de meia hora, como ontem se viu na tal reportagem da SIC.

Até mesmo as crias mais pequenas são incentivadas a dar largas à vida e deixadas a gatinhar e a rebolar pelo chão levadas pela curiosidade de agarrar novos objectos espalhados pela sala.

Por muito que me queiram fazer ver o contrário, tenho a certeza que qualquer pai percebe, pelo comportamento caseiro dos filhos, se a criança é feliz e bem tratada no local onde passa a maior parte do seu dia.

Diziam estes “pais” que a vaca – que, aliás, tem como empregada uma gaja que, pelo menos perante as câmaras, não quis falar português e disse que só falava inglês – é como uma avó para as pequenas crias e que as trata muito bem.

À hora da reportagem, estes pais, apanhados – ou talvez não – de surpresa, ainda não teriam tido a oportunidade de ver as imagens recolhidas pela câmara dum vizinho da “avozinha”.

Após a visualização do vídeo, espera-se que estes “pais” tenham a decência de assumir o erro das suas declarações, que se sintam verdadeiramente mal ao verem aquela criança a ser repetidamente esbofeteada e que metam a mão na consciência, de modo a pensarem duas vezes antes de atirarem com as suas crianças para braços desconhecidos ou, no mínimo, com fracas referências.

Espera-se que se comportem como verdadeiros pais e que, sem excepções, atirem com a velhaca para a barra do tribunal, onde se espera, ainda que isso já seja mais difícil, haja um juiz com a coragem e determinação necessárias para aplicar uma pena forte à dita “ama”.

Muito mal vai a nossa sociedade se tal não vier a acontecer…