Tal como num episódio de uma das séries que têm tornado famosos os CSIs dos Estados Unidos, o cronista Carlos Castro apareceu morto num quarto dum luxuoso hotel de Nova Iorque, num cenário descrito como macabro e rodeado de requintes de malvadez.
Muito já foi dito, muita tinta já correu e muita tinta irá, ainda e sem dúvida, correr, mas pode ser um exercício mental interessante vestir a pele de um dos investigadores e tentar perceber os contornos do acontecimento.
O tal do presumível assassino, o Renato relatado pelos amigos e familiares como sendo o gajo mais pacato da vila, incapaz de fazer mal, sequer, a uma mosca, vê-se na repentina necessidade de, depois de acesa discussão, defender-se do cronista – rapaz alto, espadaúdo e musculado, no auge das suas capacidades físicas – e, durante uma hora de defesa renhida consegue, finalmente, subjugar o seu oponente e matou-o.
À polícia, o rapaz diz que queria ver-se livre de demónios e espíritos e, como tal, nada melhor do que capar o vencido e enfiar-lhe com um saca-rolhas pela fronha dentro, já que, mesmo estando em território de índios e cowboys, essa coisa de tirar o escalpe aos vencidos é coisa do passado.
Castro e o amigo modelo estavam, pelos vistos, há algum tempo em Nova Iorque mas o rapaz, segundo parece, já disse que não tinha nada a ver com o cronista (emocionalmente, entenda-se) e que estava ali por uma simples relação profissional.
Coisa estranha, esta de dois parceiros comerciais andarem a passear pela cidade, passarem o fim do ano juntos e partilharem o mesmo quarto durante vários dias, mas enfim…
O Renato não era homossexual coisíssima nenhuma, pelo menos a avaliar pelas palavras da mãe, veemente corroboradas pela irmã e autenticadas pelo aparecimento súbito duma amiga colorida do modelo que, entretanto, apareceu sabe-se lá vinda de onde.
Estranha, esta família Seabra que parece preocupar-se mais com o sentido sexual do rapaz e em limpar a sua imagem publica do que, propriamente, com a possibilidade de este vir a cumprir uma sentença que pode ir dos 25 anos até á prisão perpétua.
1 comentário:
Eu cá acho que o puto devia ser condecorado!...Limpou o Pais e realizou o sonho de alguém que sonhava morrer em Nova York. Será que o castelo branco não quer dar um saltinho até lá?? Dois coelhos de uma cajadada só...
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