quarta-feira, 23 de março de 2011

Considerações de Medina Carreira



Há quem goste de ouvir Medina Carreira e suas considerações sobre a sociedade em que vivemos e há quem não goste do que o homem diz, mas a verdade é que muito do que o comentador diz é a verdade nua e crua sobre a miséria em que estamos mergulhados.





- O desemprego não é um problema, é uma consequência de alguma coisa que não está bem na economia.

- Já estou enjoado de medidinhas. Já nem sei o que é que isso custa, nem sequer sei se estão a ser aplicadas.

- Este que está lá agora, o José Sócrates, é um homem de espectáculo, é um homem de circo. Desde a primeira hora.
É gente de circo. E prezam o espectáculo porque querem enganar a sociedade.

- Vocês, comunicação social, o que dão é esta conversa de «inflação menos 1 ponto», o «crescimento 0,1 em vez de 0,6».
Se as pessoas soubessem o que é 0,1 de crescimento, que é um café por português de 3 em 3 dias... Portanto andamos a discutir um café de 3 em 3 dias, mas é sem açúcar.

- Eu não sou candidato a nada, e por conseguinte não quero ser popular.
Eu não quero é enganar os portugueses. Nem digo mal por prazer, nem quero ser «popularuxo» porque não dependo do aparelho político!"

- A minha opinião desde há muito tempo é: TGV- Não!
Para um país com este tamanho é uma tontice. O aeroporto depende. Eu acho que é de pensar duas vezes esse problema, ainda mais agora com o problema do petróleo.

- Nós em Portugal sabemos resolver o problema dos outros: A guerra do Iraque, do Afeganistão, se o Presidente havia de ter sido o Bush… Mas não sabemos resolver os nossos. As nossas grandes personalidades em Portugal falam de tudo no estrangeiro: criticam, promovem, conferenciam, discutem, mas se lhes perguntar o que é que se devia fazer em Portugal nenhum sabe. Somos um país de papagaios...

- Receber os prisioneiros de Guantanamo?
Isso fica bem e a alimentação não deve ser cara! Saibamos olhar para os nossos problemas e resolvê-los e deixemos lá os outros... Isso é um sintoma de inferioridade que a gente tem, estar sempre a olhar para os outros. Olhemos para nós!

- A crise internacional é realmente um problema grave, para 1-2 anos.
Quando passar lá fora, a crise passará cá. Mas quando essa crise passar cá, nós ficamos outra vez com os nossos problemas, com a nossa crise. Portanto é importante não embebedar o pessoal com a ideia de que isto é a maldita crise. Não é!

- Ainda há dias eu estava num supermercado, numa fila para pagar, e estava uma rapariga de umbigo de fora com umas garrafas, e em vez de multiplicar «6x3=18», contava com os dedos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7...
Isto não é ensino! Isto é falta de ensino, é uma treta! É o futuro que está em causa!

- Isto da avaliação dos professores não é começar por lado nenhum.
Eu já disse à Ministra uma vez «A senhora tem uma agenda errada», porque sem pôr disciplina na escola, não lhe interessa os professores.
Quer grandes professores? Eu também, agora, para quê?
Chegam lá os meninos fazem o que lhes dá na cabeça, insultam, batem, partem a carteira e não acontece coisa nenhuma.
Vale a pena ter lá o grande professor? Ele não está para aturar aquilo...

- Os números são fatais e dos números ninguém se livra, mesmo que não goste. Uma economia que em cada 3 anos, dos últimos 27, cresceu 1% não resiste num país europeu.

- Se nós já estamos ultra-endividados, faz algum sentido ir gastar este dinheiro todo em coisas que não são estritamente indispensáveis? Só para que se possa ir para o Porto ou para Badajoz mais depressa 20 minutos?

- A aviação está a sofrer uma reconversão mas nós vamos agora fazer um aeroporto… Não seria melhor aproveitar a Portela?
Quer dizer, isto está tudo louco?

- Nós tivemos nos últimos 10-12 anos 4 Primeiros-Ministros:
Um desapareceu; O outro arranjou um melhor emprego em Bruxelas e foi-se embora; O outro foi mandado embora pelo Presidente da República; E este coitado anda a ver se consegue chegar ao fim"

- O João Cravinho tentou resolver o problema da corrupção em Portugal.
Tentou e foi "exilado" para Londres. O Carrilho também falava um bocado, foi para Paris. O Alegre depois não sei para onde ele irá...
Em Portugal quem fala contra a corrupção ou é mandado para um "exílio dourado", ou então é entupido e cercado.

- Mas você acredita nesse «considerado bem»? Então, o meu amigo encomenda aí uma ponte que é orçamentada para 100 e depois custa 400?
Não há uma obra que não custe 3 ou 4 vezes mais? Não acha que isto é um saque dos dinheiros públicos? E não vejo intervenção da polícia...
Há-de acreditar que há muita gente que fica com a grande parte da diferença!

- A educação em Portugal é um crime de «lesa-juventude»: Com a fantasia do ensino dito «inclusivo», têm lá uma data de gente que não quer estudar, que não faz nada, não fará nada, nem deixa ninguém estudar.
Para que é que serve estar lá gente que não quer estudar? Claro que o pessoal que não quer estudar está lá a atrapalhar a vida aqueles que querem estudar. Mas é inclusiva...
O que é inclusiva? É para formar tontos? Analfabetos?
Os exames são uma vergonha.
Você acredita que num ano a média de Matemática é 10 e no outro ano é 14? Acha que o pessoal melhorou desta maneira? Por conseguinte a única coisa que posso dizer é que é mentira, é um roubo ao ensino e aos professores! Está-se a levar a juventude para um beco sem saída. Esta juventude vai ser completamente desgraçada!

- Ouça, eu não ligo importância a esses documentos aprovados na Assembleia...
Não me fale da Assembleia, isso é uma provocação... Poupe-me a esse espectáculo....

- Há dias circulava na Internet uma notícia sobre um atleta olímpico que andou numa "nova oportunidade" uns meses, fez o 12º ano e agora vai seguir Medicina...
Quer dizer, o homem andava aí distraído, disseram «meta-se nas novas oportunidades» e agora entra em Medicina...
Bem, quando ele acabar o curso já eu não devo cá andar felizmente, mas quem vai apanhar esse atleta olímpico com este tipo de preparação...
Quer dizer, isto é tudo uma trafulhice...

- É o sistema, é a (des)educação que a gente tem para a vida política...
Um político é um político e um empresário é um empresário. Não deve haver confusões entre uma coisa e outra. Cada um no seu sítio. Esta coisa de ser político, depois ministro, depois sai, vai para ali, tira-se de acolá, volta-se para ministro... é tudo uma sujeira que não dá saúde nenhuma à sociedade.
Este país não vai de habilidades nem de espectáculos.
Este país vai de seriedade. Enquanto tivermos ministros a verificar preços e a distribuir computadores, eles não são ministros. São propagandistas! Eles não são pagos nem escolhidos para isso! Eles têm outras competências e têm que perceber quais os grandes problemas do país!

- Se aparece aqui uma pessoa para falar verdade, os vossos comentadores dizem «este tipo é chato, é pessimista»...
Se vem aqui outro trafulha a dizer umas aldrabices fica tudo satisfeito...
Vocês têm que arranjar um programa onde as pessoas venham à vontade, sem estarem a ser pressionadas, sossegadamente dizer aquilo que pensam. E os portugueses se quiserem ouvir, ouvem. E eles vão ouvir, porque no dia em que começarem a ouvir gente séria e que não diz aldrabices, param para ouvir. O Português está farto de ser enganado!

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