sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Quem tem cu, tem medo

À primeira vista, pode dar a impressão de que andam a gozar (ainda mais) com a populaça cá do burgo e, provavelmente, até andam…

Afinal de contas, Eduardo Catroga e o ministro Teixeira dos Santos vão voltar a sentar-se à mesma mesa para continuar as negociações com vista à viabilização do orçamento de estado para 2011, após novo convite endereçado pelo governo ao PSD.

Depois da palhaçada dos primeiros encontros, com as acusações das secas de quatro horas, dos favores, dos contra-gostos e tretas afins, o executivo telefonou a dizer que tem uma nova proposta para pôr em cima da mesa.

Ora, uma nova proposta em pouco mais de 48 horas é obra e razões devem existir para, num tão curto espaço de tempo, os senhores governantes voltarem, a toda a pressa, à mesa das negociações.

Uma hipótese a ter em conta é o facto do Sr. Sócrates se ter deslocado a Bruxelas, ou qualquer coisa parecida, onde se encontrou com homólogos de países europeus com muito mais peso que o nosso pequenino burgo, homólogos esses que lhe devem ter dado um valente puxão de orelhas.

A outra hipótese é o medo de que entre por aqui dentro o FMI e se comecem a descobrir buracos até agora bem disfarçados.

De qualquer maneira, quem tem cu, tem medo, e os senhores do PS apressaram-se a tentar remediar a situação.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Solução à vista

Segundo a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros da China, aquele país asiático tem estado atento à situação económica e financeira que se vive cá no pequeno burgo e já se manifestou disponível para adquirir títulos do tesouro Português, que é como quem diz, comprar parte da dívida portuguesa.

Tendo em conta que se aproxima a data da visita a Portugal do presidente Chinês, Hu Jintao, e sabendo que as reservas chinocas somavam 1,92 biliões de euros em Setembro, o Sr. Sócrates já deve estar a esfregar as mãos de contente.

Primeiro veio o Chavez com a conversa de ajudar o amigo e, agora, pode muito bem ser a vez dos gajos de olhos em bico.

E, segundo consta, o programa da visita de Estado de Hu Jintao, convidado por Cavaco Silva, terá início com a deposição de uma coroa de flores no túmulo de Luís de Camões, no Mosteiro dos Jerónimos, o que não deixa de ser uma ironia do pénis…

No passado glorioso cá do burgo, fomos nós a descobrir os caminhos marítimos para uma porrada de locais e a ajudar as populaças locais a desenvolverem-se.

Agora, corremos o risco de sermos invadidos e subjugados pelos chineses que, aliás, têm vindo a pôr em prática o seu lento processo de colonização, não só de Portugal mas, também, de outros países europeus, com a abertura indiscriminada de lojas ditas dos 300 cujos artigos, por vezes, já nem instruções em português possuem.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Recandidatura

Eu, eu, eu, conheço muito bem, conheço bem, estou dentro dos dossiers, fiz, faço, aconteci, aconteço, tive consciência, tenho consciência…

Não gosto de Manuel Alegre nem estou de acordo com as suas tendências políticas, mas tenho que dar a mão à palmatória e admitir que o candidato presidencial tem toda a razão quando diz que o discurso de Cavaco Silva foi demasiadamente egocentrista e aborrecido.


OE 2011

Uns dizem que os outros se sentaram à mesma mesa a contra-gosto e preocupado em obter índices de popularidade; os outros dizem que estavam esperançados e que os uns foram insensíveis à argumentação dos outros, depois de terem fecundado as finanças do país.

Assim acaba a ronda de conversações entre o executivo socialista e a delegação do PSD, liderada por Eduardo Catroga.

Fica claro que:

  1. O Orçamento de Estado 2011 dificilmente passará quanto for a votos na Assembleia da República.
  2. Se o ponto 1 se confirmar, o Fundo Monetário Internacional entra por aqui adentro, cheio de força, para resolver os problemas financeiros cá do burgo.
  3. Quer o ponto 1 não se venha a confirmar ou o ponto 2 for para a frente, os fecundados são sempre os mesmos.

Família da classe média

Numa das reportagens de um dos telejornais destes últimos dias, foi-nos apresentada uma família cá do burgo dita família da classe média.

O objectivo da reportagem, a meu ver nada conseguido, era mostrar à populaça as dificuldades por que vamos passar - a tal da classe média, bem entendido - devido ao malfadado orçamento apresentado pelo governo do Sr. Sócrates.

É que, tal como foi dito na peça, a classe média é quem vai levar mais no toutiço à custa da bosta que o governo tem vindo a fazer.

A dita família, repito, dita da classe média, é composta pelo pai, professor universitário de profissão, a mãe, bancária, e três filhos, todos eles em idade escolar.

Os paizinhos, ditos da classe média, gastam mil e quinhentos euros mensais só com a educação dos filhos, porque, tal como disse o progenitor, e muito bem, a educação das crianças é factor primordial.

Mil e quinhentos euros, pois... E, depois, vem a mamã dizer que são mais sessenta litros de leite, uma porrada de papo-secos diários, uma quantidade exorbitante de fruta, etc, etc, etc.

Vá lá que o filho lá foi dizendo que apaga os gatafunhos dos livros da mana mais velha e volta a utilizá-los, leva a papinha de casa para não gastar na cantina do colégio e até vem, de vez em quando, de transportes públicos para casa.

Acredito que esta família tenha que cortar em qualquer coisa, mas não me venham atirar com areia para os olhos porque esta não é uma família que vá sofrer muito com a crise e ficou por dizer onde é que residem e em que carripana se deslocam (se é que só têm uma viatura...).

Falem, isso sim, das famílias que ganham, no conjunto dos salários dos progenitores, os tais mil e quinhentos euros e que têm, com essa verba, que pagar as mesalidades de duas escolas (sim, porque quando se quer pôr a criança no ensino público corre-se o seríssimo risco de não encontrar uma porra duma vaga), as prestações da casa e do carro, os passes para os transportes públicos e as contas da electricidade, H2O e gás.

Isto, obviamente, sem contar com aquelas despesas de saúde inerentes a quem tem crias de tenra idade (a saúde dos adulto que se fecunde) e com a necessidade de ter paparoca suficiente no frigorífico.

Este protótipo de família, digo eu, ainda é considerado como sendo classe média, ainda que classe média baixa.

São os tais fecundados com a justíça das políticas sociais do governo do Sr. Sócrates e que chegam ao fim do mês a pensar duas vezes se hão-de ir às compras com o que resta do plafond do cartão Visa ou se, por outro lado, devem recorrer ao Banco Alimentar Contra a Fome para poder aguentar mais uns dias.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

De volta

O velho Sempre a Produzir foi com os porcos, uma vez que os senhores do Blogger fizeram o favor de aniquilar a minha conta de EMail e, consequentemente, o acesso ao blogue.

É tempo de andar para a frente com o novo Sempre a Produzir, com o mesmo ritmo do anterior ainda que com algumas diferenças.

Sejam bem-vindos e vamos a ver o que isto vai dar...