quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A blasfémia do senhor professor

Ao que dizem, vive, em terras vizinhas cá do burgo, um extremoso paizinho muçulmano que ficou deveras sentido quando soube que, na escola pública espanhola frequentada pelo seu querido filho, o professor decidiu mencionar o presunto – sim, o presunto, o acepipe tão utilizado nas tapas – para melhor poder explicar a matéria leccionada.

Confrontado com semelhante heresia, o paizinho dirigiu-se à esquadra mais próxima e apresentou queixa contra o professor, o tal professor que não sabe que nas escolas públicas espanholas não se pode falar de nacos de porco fumado na presença de alunos muçulmanos.

A verdadeira anormalidade toma proporções ainda mais insólitas quando a bófia, em vez de mandar o paizinho para um daqueles sítios tão propícios para este tipo de ocasião, aceitou a queixa e ainda deslocou ao estabelecimento de ensino – repito, escola oficial – para fecundar o juízo ao inculto, e prevaricador, professor.

Resta saber qual a punição a aplicar ao docente por tamanha blasfémia, se cinquenta chibatadas no toutiço, morte por enforcamento, por apedrejamento ou por ingestão de cinquenta pernas, seguidas, de presunto Pata Negra.

Sem comentários: